Do alto, nasceste e desventurada caíste,
Com tamanho tombo, ficaste imóvel no passeio,
E com ar simples mas majestoso te riste,
Como se a vida que agora começou, na realidade já fosse a meio.
Mal amada criatura, sem peito nem coração,
Que ao mundo vieste sem qualquer respeito,
Trocaram-te o quente do ventre pelo frio do chão,
As pedras da calçada se tornaram no teu leito.
Com um sorriso merdoso olhas quem passa,
Como se rogasses para que te levassem,
Inerte como vinho derramado numa mesa sem taça,
Aguardastes pelo momento em que te calcassem.
E nessa mesma manhã, na mais bela sola lá foste tu,
Agarrada, vigorosa, firme, como ninguém gosta,
Foste predestinada desde que saíste de um cú,
Agora... jamais serás bela, agora sois uma valente bosta!
Com tamanho tombo, ficaste imóvel no passeio,
E com ar simples mas majestoso te riste,
Como se a vida que agora começou, na realidade já fosse a meio.
Mal amada criatura, sem peito nem coração,
Que ao mundo vieste sem qualquer respeito,
Trocaram-te o quente do ventre pelo frio do chão,
As pedras da calçada se tornaram no teu leito.
Com um sorriso merdoso olhas quem passa,
Como se rogasses para que te levassem,
Inerte como vinho derramado numa mesa sem taça,
Aguardastes pelo momento em que te calcassem.
E nessa mesma manhã, na mais bela sola lá foste tu,
Agarrada, vigorosa, firme, como ninguém gosta,
Foste predestinada desde que saíste de um cú,
Agora... jamais serás bela, agora sois uma valente bosta!
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