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Meia Maratona para Coxos

Decidi organizar a primeira meia maratona para coxos do país e quiçá da Europa e, com ajuda de umas cunhas, quiçá do Mundo. E o ignorante leitor pergunta: - Oh Shuri… meia maratona para coxos… onde é que já se viu? Nunca! Aí está a essência da coisa. Uma cena nunca antes vista. Ou seja, algo totalmente novo (é incrível como podemos escrever a mesma coisa usando palavras diferentes! Olha mais um exemplo: Uma coisa jamais vislumbrada! Poderia continuar a improvisar umas quantas frases que não levariam o leitor a lado nenhum, como à partida esta parte em parêntesis não levará mas penso que há coisas muito mais importantes a referir do que propriamente uma divagação ilógica sobre as coisas estúpidas que se podem escrever entre duas linhas curvas. Afinal para que raio servem os parêntesis? De onde surgiram? É criação divina ou apenas obra de uma alma caridosa que por intervenção celestial se dignou a criar uma das mais fantásticas maravilhas do mundo? Estas e mais questões, já a seguir… entre duas linhas curvas perto de si!). Não que de forma alguma isso contribua para a minha felicidade, porque não o faz! Aliás, contribui de forma exponencial para o mau estar das minhas tristes mãos. Habituadas a pouco mais do que sentir formas femininas e a segurar arcaicamente em talheres, (para a parte da escrita, desenvolvi uma técnica que considero ser algo revolucionário e que pode levar o Homem a explorar os confins do Universo, mas que infelizmente não posso explicar em breves palavras, devido ao seu conteúdo pouco infantil e pela falta de originalidade que é pegar num lápis.) vêm-se agora a braços com a tarefa hercúlea que é remar onde não há água. Estes dois pedaços de liga metálica não magnética (não há nada como antigamente) que me acompanham diariamente nas minhas aventuras são o motor das minhas ideias. As pás que induzem ao movimento do meu cérebro e que impulsionam a minha mente (Eis mais um perfeito exemplo da estupidez na escrita. Eu sei que o leitor já entendeu o contexto da coisa, no entanto, faço questão de evidenciar, só mesmo naquela de – Épa… se calhar passou-se-lhe! Não que de forma alguma queira ser chato ou impingir alguma coisa ao leitor, mas segundo estudos de uma fonte fidedigna, funciona na venda de produtos que através de estímulos eléctricos moldam o nosso corpo. Ora aí está algo realmente fantástico. Talvez não tanto com a invenção dos parêntesis, mas fica lá perto…) e que me levam a pouco mais de 50 metros de casa, já com fadiga extrema. O leitor indignado pergunta: - Oh Shuri, 50 metros é para meninos! Pois é, mas desde que comecei a comer happy meals no Mc’Donalds a minha vida mudou completamente (As prendas é que são à maneira… 15 segundos de musicas numa pequena caixa vermelha berrante é muito fixe. E os peluches altamente aconselháveis a crianças com tendência a arrancar olhos e ficar com pelo no meio dos dentes? O pelo no meio dos dentes, talvez não tanto em crianças, mas não deixa de ser preocupante! Tudo bem que a origem dos parêntesis seja uma questão filosófica muito mais pertinente, mas os brinquedos do happy meal…). Ora a minha vida mudou porquê? A princípio até achei bastante normais as alterações químicas que estavam a ser exercidas no meu corpo. A má disposição intestinal, aliada com a extrema flatulência, é algo de esperar da mítica “fast food” (aí está um bom exemplo da utilização de expressões inglesas na língua portuguesa. Se desse tanto que pensar como os parêntesis, havia linhas e linhas para escrever.), porém as alterações físicas inerentes ao dito consumo é que são deveras abismais. A camada adiposa que se acumulou sobre a minha pálpebra esquerda é o principal motivo que me levou a pensar na meia maratona. Quantos coxos, assíduos consumidores de happy meals não se olham ao espelho todos os dias e pensam: - Mau… mas afinal o que é isto na pálpebra? Não tarda e começo a coxear apenas 50 metros, acabando em fadiga extrema como o Shuri! É neles que eu penso. Vamos todos coxear alegremente pela ponte 25 de Abril em pela hora de ponta! (Nunca antes visto!) Não houve ninguém neste pequeno planeta azul que tenha tido tamanha ideia. Se o leitor tiver o mínimo de atenção requerido para compreender as entrelinhas dos anúncios à dita famosa meia maratona de Lisboa, terá em conta o facto de eles evidenciarem: “A correr ou a andar, venha atravessar a ponte connosco! N’ésima Meia Maratona de Lisboa.” (Não que a parte da N’ésima Meia Maratona de Lisboa seja relevante para o que queria evidenciar, mas os parêntesis também não o eram no inicio deste texto.) Agora pergunto-me indignado e pergunta-se o leitor e quem sabe um ou mais coxos: Então e porque é que não podemos coxear com eles também? São melhores que nós? Eu sou coxo e quero atravessar a ponte a coxear. A andar, todos a atravessam! (A correr só mesmo alguns… provavelmente hábitos ganhos na rotina diária. Outra boa questão para pensar. Os parêntesis é que não me saem da cabeça!) Metam duas muletas num gajo normal e quero ver até onde é que ele vai! Nem sai das portagens. Não tem aquele calo que só mesmo quem manca ganha. E tamanha reflexão leva-me mesmo a acreditar em puro extremismo por parte daqueles que passam por nós a mais 5 Km’s por hora, fazendo bruscas ultrapassagens a mostrar a sua boa condição não coxeante. Para responder a tamanhas ofensas perpetradas contra a nossa causa, decidi organizar, como já havia escrito em cima, a 1ª Meia Maratona Mundial (Alterações de ultima hora! Acaba por ser mais ou menos como os parêntesis.) para Coxos. Que provavelmente será depois revista para ficar algo como M3C, só mesmo para chamar malta de fora. Futuras informações irão ser afixadas nas urgências de um hospital perto de si. (Típica zona de recrutamento. Mais ou menos de frente para a sala de onde saem os engessados. E com letras grandes para não caírem antes de conseguirem ler alguma coisa.) Temos de pensar na saúde dos nossos irmãos. Esta Meia Maratona é a oportunidade porque todos os coxos esperavam! É a nossa hipótese de mostrar ao Mundo a nossa força! Não é para esquecer porém, que a meia maratona deve começar mais ou menos às 7 da manhã para apanhar a hora de ponta às 8 horas… só mesmo com o intuito de tornar a travessia um pouco mais desafiadora, acabando mais ou menos às 7 da tarde, já depois da nova hora de ponta. (Outra ideia fantástica: duas horas de ponta! Jamais alguém se lembraria disso! Nem pela cabeça lhe passava. Nem mesmo assim só “ao de leve”… nada!) As marcações para o jantar serão feitas depois à chegada para não estar induzir o senhor do restaurante em erro, levando-o a consumar um prejuízo que de alguma forma pode ser prejudicial para a qualidade do nosso repasto. Para finalizar, quero deixar bem claro que as despesas no hospital não serão pagas a eventuais engraçadinhos que se queiram atirar para a frente de uma qualquer viatura em movimento. (Não percebo esta gente. É como aquela história dos parêntesis!)
Coxeantes Saudações
Shuri Kata

Comentários

Anónimo disse…
Caro Shuri...só queria que este blog tivesse som!!! Eu (por experiencia própria e vasta convivência com coxentes) só acho que querem atençaõ: lugar cativo nos parques de estacionamento dos hipermercados, boleia para o trabalho, acompanhamento no banco da frente de um qualquer carro até à porta de casa e convites para jantar...Mas é justo, são coxos!!!

Boa continuação

Beijinhos do costume, no sítio do costume

KY
Anónimo disse…
O dia está foleiro como tudo... Chove que se farta, mas depois de ler isto fiquei bem disposta.
Bejufas.
Marco disse…
Bem, li isto kom uma ganda ressaca em cima, mas axu k é uma grande ideia! até ja tou a pensar partir uma perna so pa participar na meia maratona para coxos!! LOL

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